domingo, 14 de junho de 2009

Anti-Preconceito

Hoje em dia orgulhamo-nos cada vez mais de sermos uma sociedade evoluída a todos os níveis. Mas eu pergunto-me, será que somos mesmo? Será que é evolução, discriminarmo-nos uns aos outros por termos crenças, raça ou orientações sexuais diferentes? Dizemos que não, que não somos racistas ou homofóbicos, mas a verdade é que quando somos “atingidos” com certas situações ou imagens, agimos de forma retrógrada. Quem nunca viu na televisão o típico macho que quando é abordado pela senhora jornalista que lhe faz a típica pergunta: “o que faria se um amigo seu lhe dissesse que era homossexual?” responde que “err…certamente o ajudaria…err… a ter acompanhamento psicológico para…err…mudar” ou “dizia-lhe que era uma fase má e que isso havia de passar” com um sorriso orgulhoso como se a homossexualidade fosse uma doença que tivesse tratamento ou apenas “uma fase má da vida”? Todos os dias, em variados sítios, nas mais variadas situações eu assisto a essas acções que premeditadas ou não discriminam os outros. Começamos por ter determinadas palavras, ou expressões para chamar as pessoas. Achamos que é mais “politicamente correcto”, dizer “negros” ou “pessoas de cor” quando nos queremos referir a alguém de pele escura, dizer “o homossexual” ou “a homossexual” quando nos queremos referir a uma pessoa com orientação sexual diferente e quando nos damos conta, estamos a ter conversas do género: “Sabes aquele meu amigo que é gay?” ou “Aquela preta lá da escola…”. Substituímos os nomes dessas pessoas por etiquetas que lhe são autenticamente “coladas” na testa. Outra forma de discriminação que hoje em dia parece estar cada vez mais na moda é o facto de apenas as pessoas “bonitas” e com “corpos perfeitos” terem um lugar de destaque na nossa sociedade. A frase “ninguém é perfeito” parece estar cada vez mais fora de uso e hoje assisto a milhares e milhares de pessoas que em busca do corpo perfeito se sujeitam a dietas e a variadas operações que põem em risco a sua saúde e vida. Olhamos de lado, comentamos, gozamos e rimo-nos de toda a gente julgando que somos melhores que aquela pessoa que tem excesso de peso ou peito pequeno. Será que são esses factos, que fazem dessas pessoas menos seres humanos do que nós? Será que temos o direito de dizer o que é perfeito ou não? Ninguém é melhor do que ninguém para fazer juízos de valor sobre as diferenças dos outros que comparadas com os problemas que o nosso mundo tem não passam de pequenas mesquinhices nossas, seres humanos. Está na altura de acordamos e percebemos que por baixo destas grande mascara, que é a nossa pele, somos todos iguais. É altura de dizer BASTA!




Autora: Maria da Costa

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